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segunda-feira, 28 de março de 2011

Jogo ou brincadeira? Eis a Questão! Serão sinônimos ou existem diferenças entre eles?

Desde que as atividades lúdicas começaram a ser pesquisadas e valorizadas por estudiosos do desenvolvimento infantil, estabeleceu-se a dificuldade em conceituar os dois termos, principalmente em nosso país, por conta da língua portuguesa em que brincar e jogar são sinônimos - lembrando que a palavra "brincar" só existe no nosso idioma. 
Peteca
Se quisermos, porém, para fins didáticos, estabelecer as diferenças e semelhanças devemos analisar alguns aspectos dos dois termos. Os especialistas afirmam que o brincar é essencial porque é brincando que o ser humano se mostra criativo. Ele significa espontaneidade, liberdade, imaginação, prazer e movimento. Brincar representa ainda a expressão cultural da criança sendo o oposto do trabalho. A brincadeira exprime as relações entre a criança e o brinquedo e das crianças entre si e com os adultos.
Tanto os jogos como as brincadeiras são expressões da cultura da infância. Os primeiros, por serem mais estruturados, foram objeto de estudo de especialistas do desenvolvimento infantil, como Piaget que os classificou em jogos:
Pular corda
  • De exercício ou ativos (correr, pular corda, jogar bola, etc.);
  • Simbólicos ou faz-de-conta (brincar com bonecos, contar histórias, casinha, etc.);
  • Com regras (jogo de damas, trilha, dominó, esconde-esconde, e outros);
  • De construção (blocos de encaixe, terra, argila, massinha, etc.).

Ao lado de outras necessidades básicas, as crianças precisam de tempo, espaço, companhia e material para brincar. Quanto mais experiências lúdicas para criar, construir e experimentar, mais desenvolvem a sua imaginação e consequente aprendizagem. Por ser uma atividade social, brincar também precisa ser aprendido e a família e a escola são os ambientes ideais para que isso aconteça. A preocupação excessiva do educador, com o aspecto pedagógico do jogo, pode causar o desinteresse da criança, lembrando que jogos e brincadeiras precisam de adesão espontânea por serem realmente efetivos no seu aprendizado.
Amarelinha
Tanto as brincadeiras espontâneas quanto os jogos dirigidos são parte integrante do universo infantil e estão diretamente associados ao seu estágio de desenvolvimento e ao ambiente cultural em que se inserem. Os bebês aprendem a brincar e a jogar com suas mães e com os adultos que delas cuidam. Crianças pequenas desenvolvem essa aprendizagem com os adultos e com outras crianças maiores e, quando vão para a escola, esta passa a ser um ambiente privilegiado onde podem desenvolver, com a mediação dos educadores, tanto as brincadeiras como os jogos com regras.

À medida que crescem, as crianças representam a sua visão de mundo, incluindo os valores éticos, pelo uso dos brinquedos e a sua participação nos jogos. Assim, aprendem a espera sua vez, a respeitar os acordos estabelecidos, descobrindo novos usos para o mesmo material. As regras estabelecidas para os jogos estão, muitas vezes, relacionadas à cultura dos jogadores e podem mudar de acordo com os grupos que estão jogando, o que não invalida a sua autenticidade.

Fonte: Revista Professor Sassá, Anoll nº 10.

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